segunda-feira, 17 de abril de 2006

ARTIGO: jornal OJOGO

Uma vitória com sabor a cinco pontos. Foi este o resultado alcançado pelo Aves na última jornada. Além de ter derrotado, em casa, o despromovido Maia, beneficiou do empate obtido pelo Leixões diante do Estoril, deixando o rival de Matosinhos a dois pontos de distância e consolidando o segundo lugar, que garante o acesso ao primeiro escalão. O treinador Neca enalteceu a importância do triunfo naquele a que denominou de “jogo nuclear”, mas da sua boca continua a não sair a palavra subida.


A contenção no discurso dos responsáveis avenses está relacionada, explica agora Neca, com questões económicas: “Por uma questão financeira não assumimos a candidatura. No início da época tentamos comprar muitos jogadores, mas não o conseguimos porque foram jogar para clubes que, na altura, lhes prometeram o triplo do que nós poderíamos oferecer. O Aves tinha de vestir um fato à sua medida, e, por isso, além de ter transitado o núcleo do plantel da época passada, fomos buscar jogadores a divisões inferiores. Pagámos pouco, mas cumprimos. Baixamos o orçamento em 30 por cento e só assumimos que vamos continuar a jogar futebol com esta vontade. Começamos com dificuldades, mas temos feito um trajecto assinalável. Sabemos qual o caminho a seguir e é por aí que vamos trilhar para ganhar. Sempre jogo a jogo”.


Embora reconheça que os dois pontos de vantagem sobre o Leixões, quando faltam três jornadas para o final do campeonato, deixaram o Aves um “bocadinho melhor” na tabela, Neca não entra em festas antecipadas. A experiência de longos anos assim o aconselha e o melhor será “continuar a jogar com segurança e com uma coragem danada”. “Ainda estão nove pontos em disputa e muita coisa pode acontecer. Só sei que se o campeonato fosse mais longo, cavalgávamos ainda com mais vontade”, acrescentou.
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Se a subida se concretizar, Neca destaca a necessidade de uma mudança de mentalidades no futebol. Saturado pela actual gestão de vários clubes, a revolta do treinador sobe de tom face ao “grande oportunismo vindo de gente que vai roubando dinheiro aos profissionais”, numa clara alusão às equipas que têm ordenados em atraso. “É urgente uma mudança de mentalidades, para que as pessoas se consciencializem sobre a importância do rigor financeiro. Nunca se pode dar um passo maior do que a perna”, justificou.

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