RICARDO NASCIMENTO ARRASA EX-TÉCNICO "Em entrevista exclusiva ao JN, Ricardo Nascimento, médio do Aves, aborda a polémica recente com Henrique Nunes, treinador que deixou esta semana o comando da equipa. Uma reflexão à esplanada, de cigarro na mão, como o "bom-rebelde" gosta... Jornal de Notícias (JN): O treinador Henrique Nunes associou a sua recente saída do Aves ao facto de o Ricardo Nascimento não estar a jogar. Qual é a sua versão? Ricardo Nascimento (RN): (Respira fundo) JN: A vossa relação não era boa... RN: Pois não, mas nunca discuti as suas opções. Fiquei admirado com a forma como agora falou aos jornais, porque desconhecia que conseguisse falar tão bem Português. Mas, sinceramente, não consigo entender as suas palavras, uma vez que nunca seria capaz de fazer algo que prejudicasse o Aves. JN: O seu último jogo foi há mais de um mês, quando marcou o golo da vitória (1-0) ao Beira-Mar. Depois, deixou de ser opção... RN: Sim, naquele jogo ele precisou de mim, depois achou que não era preciso. Mas repito que nunca questionei as suas escolhas e nem andei a enviar mensagens ao presidente ou aos meus colegas. Por amor de Deus, tenho 35 anos, três filhos, e não ando a brincar. Sou profissional. A verdade é que ele chegou a pedir-me desculpa pelo seu comportamento. JN: O treinador pediu-lhe desculpa?! RN: Sim. Sei que não faz sentido, mas foi isso que aconteceu. Quando uma pessoa é incompetente, tenta seguir outros caminhos, para que as pessoas não se apercebam das suas limitações. JN: Henrique Nunes é incompetente? RN: Quem sou eu para classificar as pessoas? O que lhe posso dizer é que antes do jogo com o Santa Clara disse-nos que tínhamos de seguir os bons exemplos, como o do Barcelona, que joga em estica, que é o pontapé para a frente! É uma pessoa que baseia o seu trabalho na base do grito e insulto, mas ainda bem que trabalhei com ele, porque assim aprendi o que não se deve fazer. JN: Se o encontrar na rua, cumprimenta-o? RN: Não, porque não encaixa nos meus critérios de educação. Para mim, é assunto encerrado, até porque já lhe estou a dar publicidade que nunca teve. JN: Mas tem a consciência que esta época também já viveu outra situação polémica, quando saiu do Trofense, em Janeiro, em rota de colisão com o treinador? RN: Sim, é verdade, e não sei porquê estou a tornar-me num mito para os treinadores portugueses, sobretudo para aqueles que treinam por favor, porque têm amigos bem posicionados. Infelizmente, o futebol português, o futebol dos mil euros, chegou a este estado. JN: Afinal, por que não se entendeu com Manuel Tulipa? RN: Não sei. Sou jogador de futebol, dou sempre o máximo, e, modéstia à parte, faço coisas que outros não fazem. A partir daí, há que haver respeito. Criou-se o mito de falar no Ricardo Nascimento para esconder a incompetência. O Tulipa ainda continua a falar de mim, até parece que tem uma fotografia minha na mesinha de cabeceira. Por favor, só quero paz... JN: No Trofense, iniciou a época a jogar... RN: Sim, mas parece que foram falar mal de mim ao Tulipa, e ele nem reparou que quem fez isso só lhe estava a puxar o saco. Agora, vai sofrer as consequências, mas não queria, do fundo do coração, que o futuro me desse razão, porque o Trofense merece ficar na Liga. Não sei se o Tulipa terá guardado algum rancor, pois quando éramos colegas no Boavista cheguei a dizer-lhe que ele só jogava porque era amigo do treinador... Enfim, toda a gente sabe por que razão ele está a treinar o Trofense. JN: Então porquê? RN: (Encolhe os ombros) Não posso dizer. Mas seria bonito que ele falasse no João Alves e no Mário Reis, treinadores que lhe deram grande moral, em vez de andar a dizer que os seus métodos são inspirados em Carlos Queiroz e Nelo Vingada. Não se deve cuspir no prato que já se comeu. JN: O presidente do Aves, João Freitas, pede que o próximo treinador do clube tenha um carinho especial em relação a si... RN: As pessoas do Aves são fantásticas. Se me deixarem, espero terminar lá a minha carreira. O que lhe posso dizer é que sou realmente um jogador especial, mas dentro do campo. Agora, o próximo treinador do Aves vai ser um homem feliz, pois, no que me diz respeito, terá sempre um jogador empenhado a 100%, quer seja para jogar um segundo ou mesmo para não jogar. JN: Acha que dava um bom treinador? RN: (Gargalhada) Ninguém me iria aceitar. Com as minhas ideias, é impossível. A incompetência prevalece no futebol português." - JORNAL DE NOTÍCIAS Ligações:
JORNAL DE NOTÍCIAS - "Henrique Nunes insultava os jogadores"
Henrique Nunes deixa o Aves num lugar na classificação que acaba por não ser mais do que o melhor dos piores (ou o menos mau, noutra perspectiva). Pode dizer que cumpriu com todos os objectivos estabelecidos, mas nós por cá bem sabemos que o Aves sempre jogou "à defesa" na definição de objectivos e que sempre perspectivou algo mais do que a meta oficialmente definida, a manutenção. Tem sido sempre assim... Talvez este ano as perspectivas fossem apenas de um lugar honroso na tabela, dadas as circunstâncias económicas, mas o nosso técnico sabia que o Aves procura sempre melhor do que um 11º lugar a 6 pontos da linha de água, ou não? Não sabe ou porque não quer, ou porque não conhece o clube, ou porque nunca ninguém lhe disse (não, nesta última não acredito). Não lhe fica bem gabar-se de sempre ter cumprido os objectivos definidos numa altura em que estamos no fim de uma época tão medíocre, onde a equipa jogou poucas vezes bem, onde chegou a ser goleada à moda antiga e onde fez uma das piores campanhas dos últimos anos nos jogos em casa. Claro que teve mérito o ano passado (parabéns por isso e obrigado, sinceramente!), mas gabar-se agora disso é esconder a fraca temporada deste ano. E também lhe ficam mal estas declarações sobre a vida interna do clube e sobre um jogador em particular... são escusadas, não defendem ninguém (nem a si próprio) e só abalam a imagem do clube."Henrique Nunes, ex-treinador do Aves, disse hoje que os problemas na equipa surgiram com a chegada de Ricardo Nascimento e criticou a Direção por nunca ter agido contra o futebolista.
O técnico contou hoje à agência Lusa que na quarta-feira foi chamado para uma reunião onde lhe foi transmitido que, até ao final do campeonato, deveria utilizar determinados jogadores, sem os nomear, que não têm sido opção.
«Implicitamente pensei logo que estavam a falar do Ricardo Nascimento e, como eu lhes tinha dito que comigo ele não jogaria nem mais um segundo, vi que não ia estar ali a fazer nada. E como não quero ser um estorvo, acordámos a saída», revelou.
O técnico não esconde alguma "mágoa" pelo modo como a saída se processou, ainda para mais quando atingiu todos os objetivos propostos, análise corroborada, aliás, pelo presidente avense, João Freitas. «Não há dúvida de que no mínimo é estranho. Fiquei surpreendido, mas no futebol está-se sempre a aprender...», referiu Henrique Nunes.
O treinador revelou, inclusive, que após a vitória em Freamunde, há menos de um mês, no dia a seguir ao conflito com Ricardo Nascimento ter rebentado, recebeu uma mensagem SMS de João Freitas a felicitá-lo pelo triunfo e a atribuir-lhe "todo o mérito". Apesar de tudo, Henrique Nunes classifica a saída como "pacífica", lamentando apenas a ausência de uma tomada de posição da Direção em relação ao experiente médio, que chegou ao clube em Janeiro, proveniente do Trofense, da Liga principal.
«Os problemas chegaram com o Ricardo Nascimento, até aí tínhamos um balneário com o qual era fácil de lidar. Não é normal que a Direção nunca tenha agido contra ele», criticou.
Para o presidente, porém, não há «uma causa próxima» para a saída de Henrique Nunes e João Freitas apresentou uma versão não totalmente coincidente com a do treinador. «A Direção decidiu tomar as rédeas a algumas situações e assim comunicou ao treinador que o ciclo dele no clube tinha terminado, isto apesar de ter cumprido todos os objectivos propostos», disse o dirigente, também à Lusa.
Sobre a situação de Ricardo Nascimento, revelou que será a próxima equipa técnica a decidir o seu futuro, aconselhando-a, porém, a analisar a situação com «carinho, porque não se trata de um jogador qualquer».
Henrique Nunes chegou à Vila das Aves em dezembro de 2007, para substituir José Gomes, actual treinador-adjunto do FC Porto. A equipa será orientada até ao fim do campeonato por Vítor Gomes, Vitinha, antigo adjunto de Nunes e homem da casa, onde jogou durante vários anos.
Também Marconi, treinador dos guarda-redes, abandonou o clube devido a razões pessoais, informou o presidente. A contratação de um novo treinador só acontecerá depois da assembleia-geral de 29 de Maio, onde será definida a nova Direção.
A duas jornadas do fim da Liga Vitalis, o Desportivo das Aves é 11.º classificado com 35 pontos, tendo já assegurada a permanência. Na próxima ronda desloca-se a Barcelos, para defrontar o Gil Vicente." - RECORD
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RECORD - "Henrique Nunes: «Os problemas chegaram com Ricardo Nascimento»"
«ATINGI TODOS OS OBJECTIVOS PROPOSTOS»
"Vitinha vai substituir Henrique Nunes no comando técnico do Aves até ao final da época. O ex-treinador avense rescindiu com o clube após ter sido informado pela direção de que não fazia parte dos planos para a próxima temporada.
O ex-adjunto sobe na hierarquia, ainda que, como foi assegurado pelo presidente João Freitas, apenas de forma interina. Vitinha, de 44 anos, é um antigo jogador do Aves, médio que deixou saudades entre os adeptos e que constitui uma referência do emblema.
De saída da Vila das Aves, Henrique Nunes expressou ontem a sua surpresa. «Ainda há pouco tempo, depois de vencermos o Freamunde, recebi uma mensagem do presidente a dar-me os parabéns e a dizer que o mérito era todo meu», afirmou, lembrando ter conseguido «todos os objetivos propostos».
O técnico esclareceu ainda a solução que encontrou para o diferendo que protagonizou com Ricardo Nascimento: «Reuni-me com a direção e disse-lhes que comigo ele não jogava nem mais um minuto.»"
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RECORD - "Vitinha no banco até ao final"
*Foto de Miguel Ângelo Pereira
Henrique Nunes já foi um cromo do futebol português! Aqui fica o que encontrei no excelente site www.cromodoscromos.com.
época, e esta manhã já orienta os trabalhos do plantel. Um treinador com «experiência na Liga da Honra», para além de «muita vontade de ganhar», era a prioridade da Direcção avense, conforme adiantara o presidente João Freitas. Entendendo que se encaixa na perfeição no perfil pretendido, Henrique Nunes foi, portanto, «a primeira escolha». Ao novo técnico, João Freitas pede a «tranquilidade», ou seja, «a rápida saída da zona de perigo da tabela». Aos 52 anos, o treinador, natural de Santa Maria da Feira, regressa assim ao Aves, que já orientara em 1992/93 e 1993/94. Com uma carreira marcada por longos anos de ligação ao Feirense, última equipa que treinou e que abandonou há dois meses, como consequência da crise de resultados, Henrique Nunes passou também, entre outros, pelo comando técnico de Gondomar, Penafiel e Gil Vicente." - OJOGO
